terça-feira, 15 de junho de 2010

"Sobre seu irmão mais velho..."

As rosas do buquê começavam a espetar na hora em que vi mamãe passar pela porta da igreja.
Não procurei olhar os detalhes do vestido nem os convidados, que suspiravam emocionados conforme ela passava. Aquilo era rotina para mim.
Já havia segurado 13 buquês, provado 13 vestidos, feito 13 penteados diferentes, que ao final nem eram tão diferentes assim.
Assisto minha mãe se casar desde os 5 anos de idade, quando mamãe resolveu recomeçar sua vida e descobriu um novo vício: casamentos. Vício que afeta toda a sua família, que neste caso,
sou eu e minha chinchila Meg. Eu e Meg já moramos em 12 casas, o que é anormal para uma chinchila cinza e para uma garota que nunca foi beijada.
Enquanto contava quantas pessoas dormiam, senti um cutucão de Claire, que usava aparelho e era alérgica a pelo de animais, coisa que não a favorecia muito, já que era filha do dono da boca que agora beijava mamãe.
A cerimônia terminou rapidamente, levando todos ao salão, onde a festa acabou mais rápido do que posso lembrar.
Ao chegar em minha nova casa, mamãe contou-me que dessa vez eu não iria junto na viagem, o que gerou imensa alegria em mim. Abracei-a fortemente, e em seguido, seu marido, que sorriu e disse-me para cuidar bem de Lucas, que apenas descobri quem era ao entrar na cozinha.
Não era muito amiga de Claire, mas gostava de suas conversas, que, por sinal, nunca incluiram o fato de ela possuir um irmão mais velho chamado Lucas e, muito menos o fato de que eu iria
ficar sozinha com o até então desconhecido enquanto ela estava em um acampamento.
As únicas palavras omitidas na casa nos primeiros dias foram conversas de Lucas com seus amigos. Sentia-me congelada em pleno verão, como aquele sentimento de primeiro
dia de aula, onde você conhece o dono do rosto que estampará seu armário.
Ficava no quarto e descia apenas para cuidar de minha sobrevivência. Ritmo que continuou até o dia em que criei coragem e fui à sala assistir tv, arrependendo-me rapidamente ao escutar "Ah, então você existe, menina invisível...".
Eu era a menina invisível, a qual ele procurou a semana inteira e conquistou com apenas 6 palavras. Ele era o "irmão mais velho", que fez minha cabeça girar com apenas um sorriso e, algum tempo depois,
roubou meu coração com um primeiro beijo inesquecível.
Aquele que fez com que as férias solitárias passassem deliciosamente devagar...
O primeiro dia não parecia tão assustador agora Claire era minha colega de classe, o que me assustava era o fato de que eu estava apaixonada por seu, ou melhor, nosso irmão.
Ela logo percebeu algo de errado em mim e perguntou o que estava acontecendo.
"Então Claire, sobre seu irmão mais velho... Eumeapaixoneiporele."
Espero que ela tenha entendido.

Mais uma tortura de 500 palavras para a Capricho.
Não gostei muito, mas vale a tentativa.

5 comentários:

Vanessa Souza disse...

A Inês Pedrosa tem um livro chamado A Instrução dos amantes onde uma garota apaixona-se pelo irmão da melhor amiga. Não, rs. Ela já era apaixonada, e conhece a amiga para se aproximar mais.

Escreves para a Capricho?


Boa tentativa.

Erica Vittorazzi disse...

Eu achei muito legal. Gostoso de ler.
Parabéns.


beijos

Malu Azzoni disse...

eu não levo fé nas escolhas na Capricho, ainda mais ultimamente, sabe. Mas sabe que por mim você ganhava tudo.
E sim, Júlia e Caio deve ser uma coisa do meu subconsciente! auehuaehae

Saudades Júuu! :/

Larissa Lins disse...

Você escreve para a Capricho? Show.

Gostei tanto desse texto. Não sei, achei que tem ritmo, que flui. É leve e a gente vai lendo, lendo até de repente estar na história e esperar por mais. Sério, torço para que aprovem. E, como é a primeira vez que venho aqui, li outros textos anteriores. É óbvio que voltarei :)

Yasmin disse...

linda eu amo demais demais demais os seus textos, sério. Sou A P A I X O N A D A pelo seu blog *-*

beijos :*