quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Neve?!


É, 16 dias para o natal... Isso me leva a pensar.
Penso que é estranho ver como em várias partes do mundo, o natal remete ao frio. Hello, eu estou derretendo aqui, se alguém ainda não percebeu!
Penso que toda aquela comida boa natalina não ajuda nada na dieta, então PARA QUE esperar um corpo bom para as férias de verão? - só pra quem, como eu, anda derretendo, já que no resto do mundo, enquanto eu tenho que usar um biquini, o povo estará escondido em casacos.
Penso que, assim como qualquer trabalhador ganha décimo-terceiro, qualquer filho deveria ganhar também.
O que me leva a pensar sobre o que compraria com uma mesada a mais... Definitivamente, uma bolsa Mulberry.
Mas, eu não tenho dinheiro para isso.
O que me deixa triste.

Natal é para realização de desejos, certo?
Então, come on, Papai Noel, manda aí uma bolsa Mulberry, junto com um clima novo para o meu país, vai! Embrulhado para presente, se possível, porque, sabe né, desembrulhar cria um certo suspense.

O natal quer me falir e me derreter.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Fila de espera(nça).

Descarto a vingança,
e, apesar de muito ter sofrido,
carrego comigo a esperança,
à frente de um coração doído.

Espero que, em breve
tudo viva novamente,
como se deve,
como um presente.

Espero que tudo mude,
e, paradoxalmente, volte a ser como era,
sem esse mundo que ilude,
e nunca prospera.

Espero, espero, espero,
não sou mais criança,
e, mesmo sem tal inocência,
ainda quero e sinto uma certa esperança.

Pro Bloínques.

sábado, 13 de novembro de 2010

O que eu realmente quero, sempre mas nem sempre, tanto mas nem tanto...

Acordei.
Quero usar lentes hoje, se bem que meu óculos combina certinho com essa blusa...
Quero ir de carro, mas andando eu perco algumas calorias...
Quero tomar café, mas um chocolate é tão mais gostosinho...
Cheguei.
Quero ser educada e dizer oi para todos, mas está tão frio...
Quero voltar a falar com minha amiga, se bem que o que ela fez não estava certo mesmo!
Quero ir ao banheiro, mas estou com tanta preguiça...
Quero tanto comer um pão de queijo, se bem que aquele croissant está tão cheiroso...
Hum, uma Coca-Cola para acompanhar...
Talvez um suco...
Não, definitivamente, Coca.
Ok, vai o suco mesmo!
Voltei.
Quero dormir um pouquinho hoje a tarde, mas tenho que estudar tanto...
Vou estudar...
Esse filme é legal!
Preciso estudar...
O Movimento Circular ocorre entre duas polias que...
Dormi.
Ai, que sonho bom...
Nossa! O que ela está fazendo no meu sonho?!
Droga, quero acordar logo.
Acordei.
Quero dormir mais um pouquinho...
Só mais cinco minutinhos...
Mais dez...
Caramba! Estou atrasada!
Sai.
O que ele faz aqui?
Quem é aquela lá com ele?
Ele nem é tão bonito assim para conseguir outra tão rápido, se bem que com aquela camisa azul marinho (presente meu) ele fica tão... HORRÍVEL!
Ok, só um pouquinho horrível.
Bem pouco.
Quase nada.
Preciso ir embora sem que ele me veja...
Mas quem sabe...
É, isso mesmo, vou passar glamurosa na frente dele...
Mentira, tenho vergonha.
Cheguei e deitei.
Cansada, mas sem sono.
Está tarde, mas não tanto assim.
Eu preciso de alguma coisa...
Acho que vou dormir...
Levantei.
EU PRECISO MESMO É DE UMAS COMPRINHAS!
Afinal, se existe realmente um lugar onde minha indecisão não me afeta, esse lugar é uma loja.
O vermelho é tão fofo, mas aquele verde-clarinho vai com tudo!
QUERO OS DOIS!

Mais um textinho pro Blorkutando.
Espero que gostem!
Beijo.



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Resenha #1 - Os Delírios de Consumo de Becky Bloom


Admito que sim, a série da famosa Becky Bloom eu comecei a ler depois do filme! O que, francamente, quase nunca acontece. Lembro de quando vi o trailer do filme pela primeira vez, em 2009, quando ainda tinha tempo para assistir a programação inteira do cinema (bons tempos!), aquele foi o tipo de trailer que, após assistir, já roía as minhas unhas de vontade de vê-lo. Mais do que depressa, descobri que Mia Thermópolis, Hermione Granger e até Bridget Jones (com quem costumo me comparar) não eram minhas "eu-famosas", Becky me descrevia e, garanto que, todas as garotas que não conseguem sair sem uma sacolinha (seja ela do McDonald's) do shopping, ou aquelas que ao pisar fora de uma loja, logo sentem uma dorzinha no coração, viram tudo o que vêem no espelho refletido personagem criada por Sophie Kinsella.

Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, Shophie Kinsella, Editora Record, nota 9,8.

Rebecca Bloomwood, ou como prefere ser chamada, Becky Bloom, é uma shopahollic típica que vive em Londres e trabalha, por incrível que pareça, em uma revista de finanças. Um fato marcante sobre livros que costuma chamar bastante minha atenção é a referência da cultura inútil (ou não) mostrada no enredo. Becky sempre cita marcas, lugares e comportamentos de pessoas que são típicos do lugar onde mora. "Adoro o que a Ally Smith vende, então claro que eu sabia o preço de cada item na loja e se eles tinham algum similar na Jigsaw ou na French Connection..". Essa característica torna o livro mais real e adiciona muito mais conteúdo à personalidade nada comum (e linda) de Becky.
Gosto da forma como é mostrado a compulsão da personagem. Mesmo que de forma sutil, a escritora faz questão de demonstrar o quão é difícil, para Becky, sair de uma loja sem gastar nada. "Sei que não devo estar gastando dinheiro, mas esta é uma peça única. São os jeans mais charmosos que já vi. E 90 libras não é nada por uma calça jeans de boa qualidade..." Acredito que, assim, as leitoras consigam se aproximar mais ainda da personagem que, no final das contas, não é nenhuma heroína clichê.
Como não poderia faltar em um Chick-Lit, o romance está presente porém, infelizmente, aparece muito pouco, comparado com o tanto que Becky visita uma loja. O caso entre Luke e Becky é totalmente fofo e deixa a história muito melhor do que seria sem a presença dele. Confesso que fiquei confusa quando li o livro pois, como já era de se esperar, o filme tem (muitas) coisas diferentes e, a principal delas é que Luke é editor da revista onde Becky trabalha e não publicitário, como no livro. Mas, tirando todos os problemas, o casal é um dos meus favoritos.
Voltando a temática das compras descontroladas, o livro é composto de cartas de cobrança que Becky recebe junto da resposta dos bancos em relação à seus pedidos estranhos. "Prezada Srta. Bloom: Lamento muito que tenha quebrado a perna..." ; "Prezada Srta. Bloom: Agradeço pelo rápido envio do cheque de 43 libras, portanto devo dizer que, apesar de estar assinado, este está datado para o dia 14 de fevereiro de 2200..."
Não querendo contar muito sobre o livro e transformar esse post em um spoiler, garanto que Os Delírios de Consumo de Becky Bloom será um dos melhores livros que você lerá em sua vida. Rápido, gostoso de ler e em uma linguagem atual, a obra traz toda a excentricidade de Sophie Kinsella e sua famosa personagem sem limites.

Espero que tenham gostado da resenha.
PS: Esclarecendo uma certa polêmica gerada com o último post, não existe nenhum Garoto Sardento (ou melhor, existem várias pessoas sardentas nesse mundo), porém, a carta não é baseada em fatos reais!






sábado, 23 de outubro de 2010

Destino: logo após a fila da cantina, do lado da garota morena.

São Paulo, 25/10/2010

Querido Garoto Sardento,

Agora são exatamente nove e cinco da manhã de uma segunda-feira gelada. Eu sinto frio em todas as partes do meu corpo mas, principalmente em meu nariz, o qual parece ter se separado do meu rosto já que não o sinto inteiro mais. Consigo te ver quando inclino minha cabeça para esquerda, desviando da enorme fila da cantina. Confesso que meu pescoço está doendo pois já fiz isso várias vezes. Você percebeu?
Garanto que não sente tanto frio como eu, não somente pelo fato de você ter luvas quentinhas e eu não, pois sempre as perco, mas também por você estar usufruindo do calor dessa garota morena sentada ao seu lado. Pergunto-me como ela consegue aguentar todo esse vento com a barriga de fora...
Mas, trocando de assunto, quero assegurar-lhe que não falo tantas besteiras normalmente, elas apenas saem por sua causa. Quando fico atrás de você na fila do bebedouro, tenho de morder minha língua para não começar a tagarelar como uma louca e, assim, te assustar. Ou quando no dia 15 de setembro, as quatro da tarde, você tropeçou ao descer o último degrau da escada e ao ver que eu havia presenciado , sorriu envergonhado. Nessa hora minha vontade era de contar-lhe sobre meus sonhos e planos para o futuro, sem uma razão aparente, simplesmente não consigo resistir a essa "coisa" que sua presença me traz.
Sinto-me mal por classificar tal sentimento dessa maneira, mas no fundo, sei o que ele significa, só não sei se é possível ele existir tão bravamente dentro de uma pessoa só.
Eu sei que as quarta-feiras você tira como um descanso e fica até tarde assistindo televisão, seu cabelo desarrumado (mas não feio) e suas olheiras fortes (mas fofas) do dia seguinte alegam esse fato. Eu sei que você sofre pelo fato de seu irmão ser diferente dos coleguinhas da turma dele, eu vejo você olhar esperançoso para o parquinho enquanto está sentado com ele quieto ao seu lado. Eu sei que você usa uma pulseira da sorte, sei que seu sabor de suco favorito é abacaxi, sei que seus olhos claros ardem no sol forte e sei que você tem uma cicatriz atrás da orelha.
Eu sei tudo sobre você. Da mesma maneira que sei que o espaço vazio ao meu lado aqui no banco não vai ser preenchido por você. Seu lugar é aí, do lado da fonte de água (suja), perto da entrada da biblioteca, do lado da sua garota e longe de mim. Mas quero que saiba que, apesar da distância, consigo te sentir do meu lado, sinto toda a sua felicidade refletir-se em mim quando você ri, sinto o ar passar por meus pulmões quando você respira, sinto que vivo por você e sei que enquanto você sorrir, eu sorrirei.
Garanto que daqui alguns anos esse sentimento irá passar, eu estarei realizando meus sonhos, vivendo minha vida e você vivendo a sua. Afinal, isso define o que sinto por ti, platônico quer dizer, ao menos para mim, amar de forma inocente, querer te ver bem, apenas para conseguir dormir em paz.
Só peço que não se assuste se perceber e tente não me magoar, já dói o bastante te ter longe. Não é uma loucura, é apenas uma frio na barriga que sinto ao te ver, um aperto no coração ao saber que você está por perto e uma dor constante ao perceber que eu, apesar de te conhecer totalmente, não te tenho.
Sinto-me idiota agora, terminando essa carta, pois sei que não terei coragem de entregá-la. Quem sabe, em algum momento, eu surte e deixe-a cair em sua bolsa... Ou talvez colocá-la secretamente em seu armário...
Ou talvez guardá-la bem escondida, de modo que, daqui alguns anos, ajude meus filhos quando passarem por essa fase. Você sabe, conhecimento de causa as vezes ajuda e ajuda é tudo o que o apaixonado precisa nessa relação inexistente. Eu preciso de ajuda para desligar-me de você. Portanto, prometo a mim mesma que, depois de fechar esse envelope, você sumirá da minha mente, dos meus pensamentos, de dentro do meu armário e de todos os lugares que já tomou conta.
Por favor, fique longe dos meus sonhos, eles eu não posso controlar...

Adeus,
Da Menina Branquela sentada logo após a fila da cantina.

PS: Se eu fecho os olhos bem forte e penso que minha vida é um filme, consigo me ver daqui 10 anos, te encontrando em um café qualquer. A única diferença é que, dessa vez, você me notaria.



Cartinha bobinha que escrevi pro Bloínques.
Ah, ganhei segundo lugar com a Urna de Ilusões.
Beijo.