sábado, 27 de fevereiro de 2010

Outra exigência de mamãe...

Era que me arriscasse, portanto, aqui vai meu texto para Capricho Fic.
Tema: Como fiquei famosa e perdi tudo - menos você, eu espero.
Restrições: 500 palavras. (É, difícil, meus queridos).

Holofotes, fotógrafos, pernas trêmulas, fios de cabelo sendo puxados bravamente, mulheres, algumas olhavam-me com carinho, outras com inveja. Ah, eu adorava essa parte, a entrada, onde poderia mostrar todos esses anos de passarelas, de sapatos enormes, de tombos, de livros na cabeça e de todo o reconhecimento que crescia.
Tinha a vida que todas desejam, usava as melhores marcas, as mais bonitas maquiagens e ainda ganhava!
A cada semana, lá estava eu novamente, na capa de uma nova revista.
Tentava sempre fugir dos indesejáveis paparazzis. Desejando que minha vida pessoal ficasse longe das páginas maldosas de certas revistas, apaixonei-me. Lembro-me de seus óculos e das camisas que usava. Sua preferida, com a palavra GEEK impressa, me irritava, mas, mesmo assim, eu adorava.
Ele, o oposto de mim, onde eu encontrava minha paz, encontrava meu eu antigo, do tempo do colegial, onde o conheci.
Não conseguindo impedir, nosso casamento virou manchete. Lia as matérias, tentando esconder dele as palavras "Por que?" ou "Com ele?". Por mais que soubesse a diferença entre nós, tentava não deixar isso sobreposto.
Nas passarelas, eu era uma, com todo aquele brilho e pessoas aplaudindo. Em casa, eu era apenas eu, com ele, quem eu mais amava.
Mais desfiles aconteceram, mais estilistas conheci, mais dias passaram e, alí estava eu, na capa de revistas, novamente.
"Futura mamãe consiguirá manter o posto de super modelo?" não estampava apenas milhares delas, como minha consciência também.
Mais dias passados marcavam meu calendário, assim como os doces, bolos e chocolates ocupavam cada vez mais espaço não só na minha geladeira, mas em mim também.
Eu estava de licença, já na reta final da gravidez. Ele me tratava como sempre, da maneira que eu amava. Diferente de minha agência, que tentava por tudo colocar-me em uma nutricionista, para não perder a forma mesmo na gravidez. Mas, alô! Eu estava alimentando não só a mim mesma como ao meu bebê!
Meu bebê, que logo descobri que tinha companhia!
Eu comprava três vezes mais, era mimada três vezes mais e comia três vezes mais.
Depois de receber em meu colo aqueles três pequenos enroladinhos de cobertores, tudo fez sentido. O quanto mais ficava junto, mais eu queria ficar. Adorava chegar em casa e encontrá-los alí, meus quatro meninos, de quem eu precisava
E, assim como fácil começou, fácil terminou. Fui despedida de minha agência. Motivo? Algumas pequenas estrias restantes em meus quadris.
Estava acabada. Sabia que havia sido desleixada nos últimos meses, mas desfilar era a minha vida!
Ainda não sabendo mais o que fazer, como poderia sobreviver , cheguei em casa, encontrando quatro montinhos na cama, um a cara do outro. Rapidamente, entrei em baixo da coberta e os abracei.
Encontrei minha razão, meu porto seguro, tudo o que eu precisava para continuar.
Passarelas? Fama? Tudo o que preciso, tenho aqui.

Nunca ganho nada, mas, o que custa, não é?

5 comentários:

Vanessa Souza disse...

Sabes que eu fiz jornalismo porque sonhava em escrever para a Capricho? Rsss. Acabei indo para uma revista foi de economia.

Também gosto do teu blog, lindinha. Teu texto tem estilo...

Beijos.

Giovanna disse...

e,cade o meu post hein ju?

Malu Azzoni disse...

Gostei! Se a Meg não gostar, problema é dela. A Malú conta mais! AUHEUAHEUAHE não, brincadeira.

Beeijo Ju!

Melissa disse...

Texto perfeiito. Pq ah. dinheiro e fama podem ser legais, mas tem coisas que nos fazem mto, mtoo mais feliz.

Demaais esse blog.

Yasmin disse...

linda, você escrevendo é praticamente uma Meg Cabot, sério. A D O R E I o seu blog, muito mesmo.
Se quiser passar no meu blog, sinta-se em casa (:

:*